A epilepsia é uma condição neurológica, no qual ocorre a perturbação na atividade das
células nervosas no cérebro, causando a convulsão. A causa pode ser genética, como
nas síndromes de Lennoux-Gastaut e Dravet, ou por lesões cerebrais adquiridas.
Existem vários tipos de epilepsia e cada uma tem características diferentes. A mais
comum é do tipo tônico-clônica que é caracterizada por espasmos musculares
generalizados, sialorreia (saliva em excesso), relaxamento dos esfíncteres genitais
(causando liberação de urina e fezes). Outras crises apresentam sintomas sutis e é
difícil para familiares e até mesmo o médico perceberem, pois há alteração discreta de
comportamento, como olhar parado, crises de ausência, crises de riso ou choro.
O excesso de neurotransmissores causado pela crise convulsiva pode levar a morte de
neurônios e a longo prazo levar a déficits cognitivos e motores. Em caso mais graves é
cogitado realizar a lobotomia (corte entre os hemisférios do cérebro), para que as
crises convulsivas cessem. Todavia, este procedimento é invasivo e de grande risco.
Durante um episódio de crise convulsiva há uma descarga elétrica e uma liberação
exacerbada de neurotransmissores, fazendo com que haja a morte dos neurônios
envolvidos durante a crise e consequentemente a perda de suas funções. Após
inúmeras crises, há uma morte neuronal significativa e assim o aparecimento de
outros sintomas como: perda da função motora, função gastrointestinal, dificuldade
de deglutição, perda da fala, da audição, dificuldades cognitivas, paralisia cerebral e
hidrocefalia (BEGHI, 2020) .
A planta Cannabis sativa vem demonstrando seu potencial para a terapêutica de uma
variedade de doenças, tanto em adultos como em crianças. A planta possui mais de
100 compostos canabinoides, chamados de fitocanabinoides, que possuem
propriedades terapêuticas. O canabidiol (CBD) é um desses compostos, no qual tem a
capacidade de agir em diferentes receptores no sistema nervoso central e assim possui
um efeito neuromodulador, ou seja, ele é capaz de modular o que está acontecendo
nos neurônios (GRAY; WHALLEY, 2020) .
Dados da literatura também demonstraram que os efeitos benéficos do CBD,
especialmente na diminuição das crises epilépticas, já podem ser observados com
doses mínimas, sendo assim um excelente anticonvulsivante e o mais importante, não
causa danos à saúde do paciente como a maioria dos anticonvulsivantes como o
topiramato (ALI; SCHEFFER; SADLEIR, 2019; REDDY; GOLUB, 2016) .
O CBD além de diminuir substancialmente as crises epiléticas, ele ajuda os neurônios
remanescentes a realizar o papel dos neurônios que já morreram. Na ciência isso é
chamado de neuroplasticidade, e é dessa maneira que vemos a melhora significativa
de pacientes que começaram a se tratar com o CBD, como crianças que saíram das
cadeiras de rodas, que voltaram a se alimentar, a falar, a ter uma maior interação com
o mundo (melhora cognitiva), além de não ter mais a necessidade de internação
(KWAN; BRODIE, 2000) .
Na literatura podemos encontrar inúmeras pesquisas que demonstram que o CBD é
uma substância não intoxicante e muito bem tolerável pelo organismo, ou seja, não há
registros de que ele promova efeitos tóxicos, mesmo em altas doses. Além disso, o
tratamento concomitante com o CBD também traz benefícios em relação a dose dos
medicamentos, de modo que através do ajuste das doses de CBD, há uma diminuição
nas doses dos outros medicamentos, o que leva a diminuição da toxicidade dessas
substâncias no organismo e nos seus efeitos adversos (HUESTIS et al., 2019) .
O uso do canabidiol (CBD) isolado para o tratamento de epilepsias e convulsões
começou através de estudos em Israel, Estados Unidos e Brasil, no qual houve uma
melhora substancial das crises epilépticas em crianças e adultos que apresentavam
episódios constantes de crises convulsivas.
Assim começou a luta para se conseguir a importação dos óleos à base de Cannabis
Medicinal. Hoje o acesso é muito mais fácil do que anos atrás, mas ainda há muitos
preconceitos em relação ao uso da Cannabis no tratamento de diferentes patologias.
Esses estudos foram liderados pelo pesquisador Raphael Mechoulam em Israel
juntamente com o pesquisador Elisaldo Carlini da UNIFESP no Brasil. Ambos
demonstraram em seus trabalhos que o uso do CBD isolado, melhora de forma
significativa as crises epilépticas, tanto em crianças como em adultos. Isso foi o ponta
pé inicial tanto para o avanço dos estudos científicos como para a importação e o uso
da Cannabis Medicinal em crianças que apresentavam crises epilépticas constantes,
especialmente as que são refratárias aos medicamentos e protocolos clássicos para o
tratamento da epilepsia.
Hoje já existem evidências científicas solidas de que o tratamento com CBD é efetivo
nos casos de epilepsia, especialmente as de difícil controle. Consultar os estudos:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29768152/
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/nejmoa1611618.
A empresa Vita Viridi conta com diferentes opções de CBD isolado para o tratamento
de epilepsias e convulsões.
- 1DROP 6000mg
- Liberi 6000mg com Vitamina D
- 1Drop CBD isolado 1500mg Gummies (balas de goma)
Com essas diferentes opções é possível escolher qual produto à base de Cannabis
Medicinal melhor atende as necessidades do paciente. Lembrando sempre que é
necessário consultar um médico prescritor para a escolha do produto e posologia
adequada para cada caso.
Referências:
ALI, S.; SCHEFFER, I. E.; SADLEIR, L. G. Efficacy of cannabinoids in paediatric epilepsy.
Developmental Medicine and Child Neurology, v. 61, n. 1, p. 13–18, 2019.
BEGHI, E. The Epidemiology of Epilepsy. Neuroepidemiology, v. 54, n. 2, p. 185–191,
2020.
GRAY, R. A.; WHALLEY, B. J. The proposed mechanisms of action of CBD in epilepsy.
Epileptic Disorders, v. 22, n. S1, p. S10–S15, 2020.
HUESTIS, M. A. et al. Cannabidiol Adverse Effects and Toxicity. Current
Neuropharmacology, v. 17, n. 10, p. 974–989, 2019.
KWAN, P.; BRODIE, M. J. Early identification of refractory epilepsy. The New England
Journal of Medicine, 2000.
REDDY, D. S.; GOLUB, V. M. The pharmacological basis of cannabis therapy for
epilepsy. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 357, n. 1, p.
45–55, 2016.
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